quinta-feira, 31 de março de 2011

Metade do Nada


Numa passagem do destino,
Fomos metade do nada
Que se fez homem
No acaso de um encontro,
No ocaso de uma dúvida.

Na realidade, do nada ao todo,
Não passamos de arrogantes,
Cegos e descaminhantes
Que se apagam desconhecidos
Quando a vida cobra o retorno...

O sabor sublime da vida
Não reside no fazer por fazer,
Mas, em ser mais do que
Uma passagem forçada
Nas vivências ocultas
Que dilaceram a alma.

Amar por amor é luz eterna
Que explode a solidão d’alma,
Que faz da metade do nada
Um todo absoluto,
Mesmo quando os corações
Que se amam, a morte abraça.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

Passarela


Eu passo pela vida
Passando por mim...
Por ela, passo sede...
Passo fome...
Passos fortes...

Entre os meus eus e ela,
Passarela de vivências
De amores, ódios e dores
Numa ébria jornada
De duvidosa sorte.

Porque por mim,
Passa a vida,
Passa a morte
E todos nós
Passando por elas...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

terça-feira, 29 de março de 2011

Via Poética


Por que escrevo tanto?
Escrevo porque me foi dado
Esse dom divino e o direito
De sentir e fazer fluir
As emoções humanas
Na sua forma mais maviosa:
A divina Poesia.
Escrevo porque não sobrevivo
Sem as letras poéticas,
Sem os versos que vivo,
Sem a força que me dá o juízo
De ser eu mesmo entre tantos...
Escrevo porque a poesia
Explode em meu peito
E cobre a minh’alma,
Com a sensibilidade sublime
Que falta no coração do homem.

Escrevo como flor poética,
Que desabrocha ao incerto
Sem saber se será beijada
Pela musa enluarada,
Ou se será ceifada pelo fogo
Dos olhos ardentes do ciúme...
Escrevo porque me cobre a alma,
Uma força que ainda não consigo
Explicar em verso ou em prosa.
Escrevo como fonte da eternidade,
A jorrar pétalas e flores
Na sequidão descabida
Do egoísmo humano.
Apenas me sinto como via poética,
Onde incontáveis poesias caminham
Declamando as suas histórias
De amor, de sonhos ou de dor...

Que me cubra a aura inspiradora,
De tantos Poetas imortais,
Que declamaram sentimentos vivos
Nas hipócritas lápides sociais.
Que amacie o meu coração
A suprema sensibilidade
Das Poetisas mães,
Que defenderam os seus ideais
A revelia das suas sortes.
Meu Deus! Minha Luz!!
Por ti, escrevo de corpo inteiro,
De braços e peito abertos,
Com a alma rasgada na saudade...
Por tua Glória, Meu Deus!!
Sempre escreverei, porque sinto
O teu amor mover o mundo
E a tua luz explodir a solidão.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

sábado, 26 de março de 2011

A Janela


Ficou na janela,
A inocência...
A vida lá fora
E na janela,
A inocência...

Aqui dentro,
Todo dia,
Morre alguém...
E ela não sai
Da janela.

O que espera?
O que procura?
Por que cultivar
A esperança, se já
Não é mais criança?

Por onde andará José?
Que fim levou Maria?
Onde está a criança?
Por que eles não vêm?

Ficou na janela
A inocência,
E aqui dentro,
Sempre morrendo alguém.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sonhos-Criança


Por quais mundos vagam
Esses olhos perdidos
Na imensidão desconhecida?

Por que ficam feridos e sentidos
Se o que querem é impossível
Aos olhos, ao coração, à alma?

Aqui há versos de amores
Sem pretensões poéticas
Ou revolucionárias dores.

Aqui jazem sonhos-criança
Que já nascem fadados à morte
Porque a sorte os abandona...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Já que não me amas...

É, meu amor!!
Já que não me amas...
Vamos nos enganar. Parece até
Que nada de maravilhoso aconteceu,
Que os nossos doces suspiros não ecoaram,
Que os longos beijos não foram dados,
Que os corpos não foram molhados,
Que o nosso intenso desejo morreu.
Talvez melhor será enterrarmos,
Esquecermos do recente passado,
Já que o meu amor não foi suficiente
Para abrir o teu coração por mim tão amado.

Já que não me amas...
Deixa-me livre, não me prendas...
Solta-me à vida, entrega-me à sorte...
Para que o meu destino possa cumprir-se.
Sentirei saudades da seda do teu ventre...
Não esquecerei das curvas do teu corpo...
Pois nelas caminhei por muito tempo,
Foram meu alento, agora o tormento
Que não me deixam dormir...
Não saem de mim...
Estão aqui,
E em
Ti.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

Clamor


Que emudeçam as bocas
Dos vis ignorantes.
Que não vêem o amor,
Mas a carne insana,
Dilacerada, em chama.

Que fechem os olhos,
Não escutem os meus beijos.
Que vivam em sua cama,
Na lasciva sina dos desejos,
Não na minha que ama.

Forças do Universo
Escutai o meu clamor!
Retirai todos os sentidos
Dessas mentes vis, insanas...
Que vivem sem sentir
O amor que pulsa e
A paixão que ama.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

domingo, 20 de março de 2011

Coração DiAmante


Quando o Sol entristecer o dia
E esquecer a luz do meu corpo,
Quando a saudade vier apertando
Os meandros do meu coração,
Abraçará a minha amarga saudade
Todas as tuas doces lembranças...
E eu, pronunciarei o teu nome
A esse firmamento que me encobre,
A esse vento que me acaricia
Numa poesia de amores e ciúmes.

E o céu eterno voltará a ser azul
Como as letras do teu nome,
Como essa luz que te ilumina.
Por tua causa, as estrelas, a Lua
E os todos os meus dias
Irão sentir o peso do ciúme
Que a tua ausência pode provocar.
Porque todas elas saberão,
Que em meu Coração DiAmante,
És Amor, és Oceano, és Mar...

CLAUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Entre Dois Amores


Eu amo o Sol
Com toda a intensidade
Dos seus raios dourados
Que iluminam e aquecem
Todos os meus dias.

Eu amo a Lua
Com todos os seus mistérios
Escondidos na sua luz prateada.
Pertencem a ela os meus desejos,
Os meus sonhos e segredos.

Eu amo o Sol, eu amo a Lua...
Astros que me iluminam
E que me guiam
Pelas estradas do destino
Nos meandros do meu coração.

Eu amo a Noite, eu amo o Dia
Como a própria vida...
Porque de um nascem os sonhos
E do outro todos os desejos
Deste mortal que ama.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Pérolas Negras


De todas as palavras
Que eu já declamei,
Não há nenhuma
Mais bela nem mais doce
Do que as que formam
O teu desejado nome...

Quando sinto a tua falta,
Grito o teu nome às nuvens.
Elas sempre me respondem
Com um sorriso de arco-íris
Que leva o meu coração
Ao teu distante encontro.

Do outro lado do horizonte,
Vive quem tanto amo e desejo,
Mas, só os arcos das tuas iris,
Raras pérolas negras,
São capazes de superar a distância
Que eu não consigo vencer.

O meu amor é intenso, é grande
Como o misterioso firmamento.
É abissal como as águas do oceano.
Mas toda a saudade que existe
Neste mundo, cabe numa única
Lágrima doce que por ti derramo.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

Perfume do Sol


Esse teu corpo moreno
De segredos e mistérios
Se veste e fica pleno...
Pleno de amores e de tudo
O que eu mais quero
Nesses dias de inverno.

Dele, emana o cheiro
Do mais puro desejo,
Que me enlouquece
Todos os sentidos,
Que me entorpece,
Que me tira o juízo.

Esse teu corpo moreno
Tem o perfume do sol,
Tem a sedução celeste
De todas as luas
E o brilho das estrelas,
Das secretas às nuas.

O teu corpo tem o gosto
Da água azul do mar,
Ele é o maná que me faz
Ser rio, ser oceano,
Ser poesia de paixão
Que ao tempo declamo.

Só ele me leva e me traz...
Para lugares distantes
Ou para dentro do meu coração.
Do teu corpo emana
O perfume salgado do Sol
E da tua alma, sedução.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Olho D'Água


Olho d’água
Vence a terra,
Aflora choroso
Como criança mimada.

Arrasta-se manhosamente,
Encontra um caminho,
Entrega-se por inteiro
A um braço de rio.

Perdido num leito macio,
Desce em corredeiras.
Às vezes copioso,
Outras, manso.

Torna-se paixão pulsante,
Malicioso encanto.
Rio caudaloso que afoga
Os corações sofridos.

Olho d’água
Quando adormece no mar,
Não é mais criança mimada.
É Oceano.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

Águas do Céu


Eu viajo nas Asas do Sol
Todas as vezes que me entrego
Aos teus sonhos
De felicidades e encontros...
Eu respiro esse Céu Azul
Quando os teus suaves beijos
Acariciam a minha face
E, tuas mãos macias,
O meu corpo apaixonado.
Mas a distância tudo leva...
Eu sempre fico aqui...
Assim... Como agora estou...

Eu adormeço nessas Nuvens Errantes...
Eu sinto os afagos das brisas,
Eu me perfumo com o cheiro delas...
São nelas que tenho os meus sonhos...
Os mais belos,
Os mais seguros,
Os mais puros...
Elas sempre me acolhem
Como nunca antes tinham sido.
Elas ainda me acalentam
Quando, aos céus, imploro paz,
Que me trazem um pouco de descanso...

Já não me lembro
Quantas vezes chorei,
Quando os dias pranteavam
A tua ausência!
Nem quantas vezes solucei,
Quando as noites
Entristeciam as lembranças...
Eu faço parte do teu mundo,
Eu faço parte desse tempo
Que se desfaz a todo momento,
Que me deixa sozinho...
Sem saber que Norte seguir.

Não quero que percebas
A tristeza escondida
Em meus sorrisos.
Nem a dor da minha culpa
Em meu olhar perdido...
Por isso, eu sempre espero
Pelas Águas do Céu
E choro todo meu pranto,
Eu lavo a minha tristeza
Escondido em mim mesmo.

E elas caem...
Lavam o meu corpo
E minh’alma,
Regando a flor da esperança
Que perecia na realidade
Que me cercava,
Na tristeza que crescia,
Na solidão ingrata
Que fustigava os meus dias.

Por acreditar no destino,
Meus sonhos foram perdidos...
Já não sou eu mesmo,
Já não me reconheço...
Sou um estranho entre tantos...
Mas eu ainda te amo,
Muito mais que antes...
Muito mais do que já tenhas sido...
Sem o teu amor, sou apenas
Um corpo que anda...
Que apenas anda nas lembranças
Que não me deixam esquecer...
De mim, de nós dois,
Do que vivemos...

Por um pedaço de tempo,
Fostes parte de tudo que sou.
Tornastes os sonhos mais belos
E a vida um futuro por viver.
Não sei no que nos tornamos,
Mas somos um só pensamento
Que apenas sonha em ser feliz...
Por toda minha curta eternidade,
Sempre serás o amor que eu tive,
Que um dia perdi
E que voltei a ter.
Mas hoje, és toda minha saudade
Que não me deixa ficar
Um minuto sem ti,
Saudade que me leva outra vez...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

Lágrimas Secas


Estou aqui para te ouvir,
E quem sabe para te ajudar.
Não sei se é a mim que desejas,
Mas por ti nada mais sinto.

Não me venhas com esses olhos tristes,
Pois de olhos eu já conheço...
As lágrimas secas que deles rolam,
Não têm sentimentos, só falsidade.

Tua esperteza causa-me espanto,
Tua frieza, medo.
Não sei quem secou teu peito...
Mas quem o fez, conseguiu êxito.

És bela como uma flor,
És cheirosa como o bálsamo.
Tens o doce mel da perdição,
Mas tua alma é escura como o breu.

Quem te vê, maravilha-se...
Quem te ouve, encantado fica...
Mas se te amar, viverá em sofrimento,
Pois em ti, amor não há.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Os Guardiões


Nessa vida de sonhos
E de realidades afiadas,
Eu sonhei em criar o meu mundo
E compartilhar com você
Que ama ou que em algum dia amou
Como eu,
Que amo tudo que vejo...
E que às vezes,
Apenas às vezes...
Não posso ter o que desejo...

Por isso, ergui em mármore carrara
Um Portal de colunas Jônicas
Sob as asas e os olhos
Da minha consciência vaga.
Por ele, sempre passo...
Toda vez que a saudade aperta,
Quando o amor me deixa perdido
Ou quando a vida furta de mim
O pouco que tenho conquistado...

Ele é o único acesso ao meu mundo...
Onde você pode, se puder sentir,
Conhecê-lo através dos meus versos.
Peço permissão aos dois leões alados,
Os guardiões do meu “Eu”,
Do Portal,
Meu refúgio seguro...
E passo e sigo e fico...

Lá simplesmente vivo o meu sonho real,
Protegido da realidade da vida,
Da maldade que me rodeia
Ou que de mim mesmo tem partido.
Lá sou parte dos meus sonhos,
Apenas lá...
Completo a minha existência,
Lá sou mais que um sonho...
Sou real!
Sou humano!

Se você me acha um tolo sonhador
Ou um bobo utópico,
Você não está enganado, sou mesmo.
Mas também é verdade que sou
Um eterno apaixonado
Que passou pela vida amando
E que por ela nem sempre foi amado.
Mesmo assim, continuo sonhando...
Porque é o amor que me tem guiado.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

sábado, 12 de março de 2011

Cor do Desejo


Dourada é a cor do desejo.
De esmeralda, o olhar em chamas
A ruborecer a face pálida
De quem ama.

Tua beleza reluzente
Na prata do tempo
Encanta e faz perder
O rumo que sigo...

Deixa rubro os sentimentos,
De ciano os pensamentos
No afã do teu mel desfrutar.

Não fosse o verde da esperança,
Estaria eu perdido na penumbra
Dos pecados que não pratiquei
Ou no luto togado da vida
Que me leva...
Pra onde não sei.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

terça-feira, 1 de março de 2011

A Partida II


Quando eu daqui partir,
Eu queria ser uma nuvem
Que conhece o mundo
Mas que nunca o toca...
Uma que chora e renova
A sequidão do homem,
Os sentimentos d’alma.

Sem ter para onde ir,
Eu apenas queria passar
Entre o azul do Céu
E as tristezas da Terra,
Assistindo ao tempo se esvair
De um ocaso em chamas
A mais uma breve aurora.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

DiAmantes


De ponta a cabeça,
Sou todo seu.
De corpo e alma,
Sou mais além
De mim, de você.
Do bem ao mal,
Somos o fino véu
Que separa o céu
Dos nossos limites
De amar e viver.

Todos são pedras
Que se tornam poeira
Nos moinhos da vida.
E nós, DiAmantes...
Do tempo, reféns
Nessa lenta viagem,
Nesse frio descaso,
Nessas malditas reservas
Que me fazem perder,
Eu e Você.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

Amigo Poeta


(Dedico esta poesia ao meu amigo ISMAR CHAVES, que Deus o tenha.)

O meu amigo era Poeta
De versos nunca escritos.
Sua Poesia caminhava
De pés descalços,
De graveto em mãos,
Rimando a vida com as águas,
Poetizando a praia...

Como agradecimento,
O oceano sempre o beijava
E ordenava que a doce maresia
Acariciasse a sua face serena,
E que o sol, dos ocasos
Ou das alvoradas,
Dourasse a sua caminhada...

O meu amigo era Poeta
Que não escrevia rimas
Em folhas desbotadas.
Ele as entregava às águas...
Hoje, ele é Poesia Liberta,
Que o mar vive sentindo
A sua falta.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.