domingo, 26 de fevereiro de 2012

Pétrea Coluna

Verte-me sangue
Lágrimas d’alma
Punhais de aço
Lacerada cama.

Furta-me a razão
Inocente malícia
Pétrea coluna
Indômita fugitiva.

No ocaso intrépido,
Sou a sela atrevida
Não sou o cavalo
Na encelada carne.

Transpassa-me...
A verdade furtiva,
As mentiras justas,
Os beijos amargos.

Queima-me vivo,
Prostituta carne,
Anjos e demônios,
Certos sentidos...

Verte-me sangue,
Furta-me a razão,
Transpassa-me...
Queima-me vivo.

Sou eu que sinto
As minhas dores.
Sou eu que faço
Esse meu destino.

Planto roseiras,
Colho espinhos.
Rogo aos céus,
A terra responde.

Estendo as mãos.
Grito em silêncio.
Verte-me sangue,
Falta-me a razão.

Sinto fome e sede.
Sinto frio, calafrios,
Nessa insanidade
Que me consome.


CLÁUDIO AVELINO DA COSTA. O POETA DOS SENTIMENTOS.