quinta-feira, 30 de junho de 2011

Almas Gêmeas

Nosso destino se cumpriu
Sob um luar místico.
Num envolvimento cúmplice,
Além de um simples encontro.

Não há quem possa entender
Tamanha força que impulsiona
Duas almas que sonham
Em ser apenas uma.

Os mistérios que nos cercam,
Conspiram com o universo
Para que possamos dar certo
Nesta vida onde tudo é passageiro.

Somos o côncavo e o convexo
Que se completam num movimento
Que faz mover o universo
Ao redor do que vivemos.

Nossos destinos se incorporaram,
Nos tornamos um por inteiro.
Não será mais o ardil da vida
Que nos tornará novamente dois.

Porque o que é unido pelo amor,
Mesmo que o destino separe,
Seguirá eternamente vivo
Nas metades que separou.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

Enquanto...


Enquanto eu caminhava e na vida pensava,
A vida floria, as flores murchavam...
Enquanto a saudade insistia,
A tristeza doía, não me dava trégua,
E batia e batia e doía e doía...

Eu pensava, eu pensava, eu relutava...
Não me conformava, não me conformava
Eu lutava, eu lutava, eu lutava...
Em ser o que eu queria, em viver o que sonhara,
Não no que me deixavam, no que me deixavam...

Procurei por minha primavera
Perdida a florir na estrada,
Mas não a encontrava, não a encontrava...
Só a vida passava, apenas eu é que não via...
Só a saudade é que vinha e não saía,
Não me deixava, me seguia, me seguia...

Enquanto caminhava na estrada
A vida passava, o tempo corria, corria...
Só você que não vinha, não vinha...
Apenas eu é que ficava, ficava...
Porque eu é que ficava?
Por que você não vinha?

Enquanto na estrada eu gritava,
Você não me escutava, não me escutava...
Você não vinha, não vinha...
Apenas passava e não me via,
Não me via, não me via...

Não me adiantou quase nada
Pensar tanto, sonhar tanto...
Restou-me a dor da saudade no peito,
A minha vida ao léu, de qualquer jeito,
As flores murchando e eu esperando por você
Enquanto a vida passava, passava, passava...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Preço da Ilusão


O preço da ilusão são as lágrimas
Que escorrem em silêncio
Na face assustada de quem viu
A esperança morrer solitária.

Talvez melhor teria sido o pranto
De alguém outrora apaixonado
Que assistiu ao amor ter sido levado,
Do que viver a ilusão
De ter sido um dia amado.

Os sentimentos que regem o homem
São como punhais afiados,
Têm dois gumes que completam
A dualidade da natureza humana.
Amar, mas ter o ódio ao seu lado.

Quem um dia amou sabe
Da existência dessa linha tênue
Que separa o amor do ódio
E a tristeza de viver na saudade,
Da felicidade de amar e ser amado.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O Beijo


Os teus primeiros beijos
Foram docemente tímidos...
Foram lindos, foram lindos...
Eles sorriram como criança
E tiveram uma inocente maldade.
Eles foram suavemente destruidores.
Eles varreram as sombras
Das minhas dúvidas...
E deram fôlego à esperança
Da minha amante alma.

Sem querer, os teus beijos,
Nasceram do nada
E lançaram luz à escuridão
De toda a minha loucura.
E nesse coração aberto,
De amores ciúmes e medos,
Fizeram transbordar de desejos
Como o mar que beija a praia,
Mas que depois, sem piedade,
Recolhe as suas águas.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Bambuzal


Entrega-se ao deleite,
O bambuzal,
E se contorce e geme
Com os maliciosos afagos
Dos ventos sem norte,
Da sorte que chega fugaz.

Esperto, suporta ele,
Os caprichos e os desejos
Desses ventos sem rumo...
Os amantes alados,
Que fazem delirar os sonhos
E os mais loucos segredos...

Às vezes, chegam irados,
E fustigam e maltratam
E chicoteiam...
Trazem a chuva
Como companheira,
E, sob um luar iluminado,
Amam a noite inteira...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

domingo, 19 de junho de 2011

À Minha Luz Azul


Eu gostaria que soubesses
Que quando te vi,
Pela primeira vez,
Eu tive medo...
Medo de mim,
Medo do mundo...
Medo dos meus desejos.
Eu sabia que os teus olhos
Eram dois belos laços
Que me fariam prisioneiro,
E assim o fizeram...
Confesso, assim eu quero viver,
Porque foram nos teus abraços
Que a minha tristeza
Esvaiu-se em sorrisos,
Foram neles que a minha solidão
Encontrou paz e descanso.

Hoje, tuas lembranças
E os teus toques
Estão em minhas veias,
Em meu coração e mente
Escravizando todas as minhas emoções,
Sendo as correntes e as sementes
Que não me deixam solto
Nesse mundo que me leva...
Todas as minhas emoções
Nascem para ti, e te entrego.
Todas elas me fazem um apaixonado
Que escreve incansavelmente
Esse carinho que faz crescer minh’alma,
Que faz do meu coração, paraíso...
E eu, de um simples menino.

Eu sei minha luz, eu sei...
Que no mundo há abismos,
Que há escarpas,
Que há olhos maldosos,
Que há línguas afiadas...
Mas, fazer o que se eu te amo?
Então, que o mundo se dane,
Que os olhos fiquem cegos de ciúmes,
Que as línguas sufoquem as palavras,
Que nos abismos haja pontes
E que as escarpas se aplainem
Para que possamos passar.
Por tua causa, acredite,
Eu enfrento todos eles,
E mais alguns...

Saiba meu anjo, eu não posso,
Não quero e nem tenho mais tempo
Para negar ao meu coração
O que eu sinto,
Para viver podando
Os meus sentimentos,
Principalmente se eles nascem
E correm para os teus braços.
Não te preocupes, eu não te esqueço
Muito menos te abandono
Porque eu sou assim mesmo.

Mesmo sabendo dos teus medos...
Mesmo se eu for vencido pelo tempo
Ou por esse mundo insano.
Mesmo quando os meus olhos
Descansarem por entre
Todos os meus pensamentos,
Será teu o meu legado,
Será só teu o meu amor.
Porque eu te amei e te amo
Além dos meus limites...
Além das minhas barreiras.
Muito além do que eu posso controlar.
Por isso eu declamo
Em versos ou em prosa,
Que eu sempre vou te amar
Mesmo quando o destino me negar
O teu amor, a tua luz.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

sábado, 11 de junho de 2011

Vai Vento...


Vai vento...
Bate tuas asas, rufla no espaço sem cansar;
Contorna o monte, cortas o ar...
Leva meu recado onde quem amo está.
Leva em tuas asas a minha saudade
Em teu ruflar os meus gemidos.

Vai vento... Segue teu rumo...
Leva pra quem amo os meus desejos,
Entrega nos braços os meus sonhos...
Pois são as únicas coisas que agora tenho.

Vai vento...
Diz num sussurro quanto amo,
Numa carícia os meus anseios...
E numa forte rajada os meus abraços.

Vai vento...
Entra pela janela... Encontra quem amo!
Seja furtivo, não perca o encanto,
Seja meu corpo, seja eu mesmo...
Não perca tempo, faz o que te peço:
Refresca num sopro o corpo que desejo,
Brinca com os cabelos onde me escondo,
Faz tuas curvas onde me perco,
Mas volte logo, não demores muito.

Vai vento...
Traga-me de quem amo o doce cheiro...
Um pouco do toque, um longo afago...
Um breve gemido aos meus ouvidos...
E principalmente não esqueça de trazer-me,
Um pedacinho daquele belo sorriso...
Que fez minha vida brilhar e ter sentido!
Vai vento... Faz o que eu te peço...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Meandros do Coração


Nos meandros do meu coração:
És a eterna melodia;
Que faz descansar
Toda minha agonia...
És a luz das manhãs;
Que esquenta as garoas...
E eu, a da madrugada,
Que de tristeza,
Alimenta a solidão;
És o embalo dos sons
Em meus braços;
És o afago das brisas;
És o beijo do mar;
És um raio certeiro
No desconhecido;
És o sol da paixão
Que não me deixa em paz;
E eu, o brilho da lua
Que ilumina a tua escuridão;
És para mim um sonho
Que se fez mais que real.

Nos meandros do meu coração:
Sou o bem e o mal,
Que se completam nos versos
Que declamam o meu amor.
Sou o vento que sopra
Com destino certo
E em teu rosto se faz feliz;
Sou o calor que percorre
O frio da tua alma
E te dá aconchego;
Sou a água que descobre
As tuas curvas;
Sou o frio orvalho
Que molha a tua noite;
Sou a chuva que inunda
O teu corpo de amor.
Nos meandros do meu coração,
Somos dois que se transformam
Em um único ser para viver
Amando na poesia viva
Que me faz ser todo emoção...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Flor-de-Mel


Flor-de-mel a desabrochar
Na pele morena, macia...
Virgem, serena...
Botão menina-moça
No corpo perfeito de mulher.

Flor-de-mel, o doce...
De laranja crava...
Aroma que embriaga o ar,
Que desperta meus desejos,
Que me faz delirar...

Eu queria ser o orvalho que te rega,
O sol que aquece o teu corpo,
A cor que encanta os teus olhos...
Eu queria ser a magia
Da brisa noturna a te desvirginar...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.