sábado, 30 de abril de 2011

Amor Eterno


Mesmo que todas as pessoas
Não enxerguem a beleza das flores,
Nem que elas percam a pureza
De uma lágrima de criança...
Mesmo que não haja mais
Um coração pulsando por alguém.
Mesmo assim, o amor não terá fim.

As flores ainda irão colorir
Todos os horizontes e jardins,
Que os olhos possam ver.
O mar continuará a beijar a praia,
Os pássaros continuarão a voar
E a fazer ecoar o seu canto
Em todas as direções...

Quando os Poetas se tornarem Poesia,
O sol, as nuvens e a chuva,
O mar, os ventos e as luas
Escreverão nos céus os poemas
Que o tempo não poderá apagar.
Até lá, escrevo as minhas estrelas
Nos recônditos da alma humana.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Cambaleante


O vinho liberta
Os meus demônios
E prende todos
Os meus santos.
Num gole ébrio,
Sinto-me liberto,
Noutro, prisioneiro.
Entre um e outro,
Sou eu mesmo,
Que cambaleante,
Caminha....
Nessa estrada
Que se desfaz
Quando a noite morre
Sentida...
Quando o dia nasce
Chorado...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

sábado, 23 de abril de 2011

Deus da Luz!


Jesus, Deus da Luz!
Olhai por mim, ó Pai,
Porque perdi a paz...
Estou carregando, Senhor,
A minha cruz, a minha dor.

O fardo é tão grande, Jesus!
A dor tão intensa que nem sei...
Mas tenho que suportar essa cruz,
Pois fui eu mesmo que a busquei...

Dai-me forças, eterno Pai...
Mostrai-me a Vossa eterna Luz
Acolhei meus pecados
Em Vossas Santas Chagas...
Fazei-me Vosso instrumento,
Dai-me Vossa graça...
Nessa árdua estrada...

Eterno Deus,
Tomai minha vida em Vossas mãos!
Quebrai esse vaso,
Quebrantai meu coração,
Refazei meu destino, ó Deus!
Livrai-me de mim.

Deus da Luz!
Guiai-me ao Vosso caminho...
Jesus!
Pra que eu possa voltar a Ti,
Pra que eu possa sair de mim...
Salvai-me, Senhor!
Livrai-me de mim!!

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vivências


Pelo mundo por onde andei,
Eu vi um cachorro vadio,
Um gato medroso,
Um menino com fome...

Passou por meus olhos perdidos,
A ociosidade preguiçosa,
O medo da verdade,
A realidade do estômago vazio.

Foram tantos os sentimentos...
Muitas vezes conflituosos
Com os sonhos que eu tinha
E a verdade nua e fria
Que a vida me apresentava...

Eu chorei de felicidade,
Eu sorri na tristeza,
Eu senti fome na fartura,
Eu fui um solitário
Na multidão desenfreada.

Por mais que tenham partido,
Todas as vivências ficaram
Como flores dispostas ao acaso,
Nos jardins que eu cultivo
Pelos caminhos que tenho passado...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

domingo, 17 de abril de 2011

Diva dos Meus Sonhos


Tua sombra me persegue
Em todos os lugares
Por onde passo sozinho.
Em tudo te encontro,
Porque estás em mim.

Às vezes, chegas sorrateira
Como uma brisa maliciosa,
Que me relembra os teus afogos
Neste corpo escravo
Que deseja no teu se perder...

E eu, ainda apaixonado,
Sinto o teu olhar a me desvendar
Como criança em seios fartos,
Sinto os teus suspiros me tocar.

Como eu queria ver e sentir,
Diva dos meus sonhos,
Esse corpo quente e perfeito
Contorcer-se loucamente
Aos meus carinhos e beijos!

Entregar-me-ia por completo
Se os teus olhos negros,
Encontrassem em mim o fogo
Que alimenta os teus desejos.
Só assim, seria teu por inteiro.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

Alvoradas


Quando as alvoradas despertam
Trazem consigo a cerração
Com o seu manto pálido e gélido.
As manhãs acordam cerradas
Ainda sonolentas e frias...
A vegetação verdejante,
Aos primeiros raios de sol,
Surge maravilhosamente encravada
Com pequenos diamantes voláteis.
As lágrimas da madrugada!...

E no bailar do novo dia,
Quando os ventos infantis
Brincam soltos com sua alegria,
Só se escuta o frufru da mata
Sem o reluzir dos diamantes,
Sem as noturnas lágrimas...
Mas, com toda a felicidade
Que falta às madrugadas,
A mesma que diamantiza
Todas as minhas lágrimas.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

No Primeiro Beijo


No primeiro beijo que te dei,
Eu senti os anos voarem
Como se estivessem desesperados
Para, em um afago, crescerem...
E se perderem por entre
Os meus desejos...

Quando os meus olhos abriram,
Os meus lábios ficaram calados...
Eu já não era mais uma criança,
As muitas fantasias que eu tinha
Perderam-se em outro sentido,
Outras, criaram libido...

A minha infância acabara
De adormecer, e a paixão,
Nasceu furiosa, atrevida...
No primeiro beijo, eu me tornara
Um homem que, intensamente,
Desejava te fazer mulher...

Foi por tua causa que o amor
Me invadiu e me ensinou
Como é bom viver por amar...
Foi por tua única causa
Que a minha solidão dormiu
Nos braços da paz...

Mas, o amor tem seus espinhos!...
Eles furam... São através deles
Que o ciúme vem e maltrata.
Foi no último beijo teu,
Que aprendi de uma única vez
Que a solidão dói
E que uma desilusão mata...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sopro de Vênus


O teu hálito foi pra mim,
Como o sopro de Vênus.
Dos teus lábios vieram
A inspiração e os desejos
Dos versos que escrevo,
Das rimas que sonham...

Vênus soprou da tua alma
E me fez amar de uma maneira
Quase que insana.
Foi dela que partiu
Essa incerteza quase certa
De desejar o que eu posso ter.

Vênus me fez sonhar
Com alguém que procuro
E que sei que posso encontrar.
Vênus me fez amar
Com o coração apertado,
Meio que desconfiado,
De mim, de ti, de um querer...

Por teus olhos e sorrisos,
Vênus soprou de um infinito
Tão perto de mim...
Ela me deu um amor para amar,
Ela me fez ser poesia que ama
E que não teme a vida enfrentar.
Vênus soprou da tua alma
E me fez voltar a ser feliz.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Agonias do Amor


Eu tenho receio do amor.
Eu tenho medo da angústia
E de toda a dor que fica
Quando, de vez, ele parte
Sem avisar que ia...
Quem um dia já amou sabe
Que quando ele parte,
Deixa um vazio maior
Do que o que preencheu
Quando, avisando, chegou.

E o coração que o perde,
Fica sem rumo e sentindo:
Um misto de vida e morte,
Um nada se transformando em tudo,
Um céu de ocasos desabando
Ferindo o corpo, rasgando a alma,
Deixando-a exposta
Às infecções do mundo,
À agonia amarga de uma saudade
Que não passa, que não passa...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

Amor de Oceano


O céu está estrelado...
Mas, há uma escondida,
Mergulhada na solidão
Do desconhecido...
Porém, quando é descoberta,
Atira-se do firmamento,
Iluminada e temerosa,
No primeiro oceano negro
Que encontra.
E, lá, fica iludida...

Os oceanos que se encontram
Nem sempre se misturam.
Eles apenas se abraçam...
E, às vezes, se amam...
Nas entranhas abissais
De uma paixão oceânica.

Mas tudo que se viveu
Nos abraços das águas,
As correntezas levam...
E, se desse encontro
O amor, por ventura,
Nascer soberano,
As ondas da vida
Carregam-no ressentidas
Para, com ciúmes,
Quebrá-lo na praia.

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.