quinta-feira, 30 de junho de 2011

Enquanto...


Enquanto eu caminhava e na vida pensava,
A vida floria, as flores murchavam...
Enquanto a saudade insistia,
A tristeza doía, não me dava trégua,
E batia e batia e doía e doía...

Eu pensava, eu pensava, eu relutava...
Não me conformava, não me conformava
Eu lutava, eu lutava, eu lutava...
Em ser o que eu queria, em viver o que sonhara,
Não no que me deixavam, no que me deixavam...

Procurei por minha primavera
Perdida a florir na estrada,
Mas não a encontrava, não a encontrava...
Só a vida passava, apenas eu é que não via...
Só a saudade é que vinha e não saía,
Não me deixava, me seguia, me seguia...

Enquanto caminhava na estrada
A vida passava, o tempo corria, corria...
Só você que não vinha, não vinha...
Apenas eu é que ficava, ficava...
Porque eu é que ficava?
Por que você não vinha?

Enquanto na estrada eu gritava,
Você não me escutava, não me escutava...
Você não vinha, não vinha...
Apenas passava e não me via,
Não me via, não me via...

Não me adiantou quase nada
Pensar tanto, sonhar tanto...
Restou-me a dor da saudade no peito,
A minha vida ao léu, de qualquer jeito,
As flores murchando e eu esperando por você
Enquanto a vida passava, passava, passava...

CLÁUDIO AVELINO DA COSTA, O POETA DOS SENTIMENTOS.

Um comentário:

  1. Excelente poema professor Claúdio! O senhor é de uma sensibilidade rara. Nagaete Almeida.

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